Eles não usam Black-tie - Loro non usano Black-tie

Carlos Alberto Riccelli interpretando Tião no filme Eles não usam Black Tie- Carlos Alberto Riccelli interpretando Tião nel film Loro non usano Black-Tie

A peça Eles não usam Black-Tie foi escrita por Gianfrancesco Guarnieri e dirigida por José Roberto. Lançada em 1958, foi considerado pelos críticos da época, um marco na dramaturgia nacional, já que, segundo Delmiro Gonçalves eram “raríssimas, as vezes [...] que pode se falar com entusiasmo e com esperança na elevação do nível da nossa dramaturgia [...]”.

A peça tornou-se um marco no Cinema Novo no Brasil, movimento artístico que foi influenciado Nouvelle Vague na França e pelo Neo-realismo italiano, onde ambos tinham o objetivo de ser uma arte com pequenos custos, porém com mais “conteúdo” do que as peças/filmes convencionais da época.

Eles não usam Black-Tie foi algo inovador naquela década, pois as peças teatrais comuns sempre tinham como protagonistas a nobreza/burguesia e como pano de fundo ambientes extravagantes. Black-Tie era justamente o oposto. Um morro. Os moradores. Os trabalhadores. As divergências entre todos aqueles (ou quase todos) proletariados e o patronato.  Era parte da realidade brasileira retratada no teatro. Algo surpreendemente novo.

A narrativa é marcada pelo conflito de gerações entre o pai, Otávio, líder de greves, idealista, que junto com os seus companheiros, acredita que através da luta conseguiram um salário mais justo e Tião, filho de Otávio, que pensa que o objetivo do movimento é algo utópico e só quer ter uma estabilidade econômica para viver com Maria (sua esposa) e seu filho fora do morro.

A história é ambientada no morro onde os operários moram e o que faz que Romana seja também conhecida pela sua personalidade forte, que apoia o marido Otávio e sempre tem uma resposta ríspida para todos.

O grande desfecho da história está no fato de que Tião não vê a greve como solução para ascender economicamente e decide omitir-se do movimento para ganhar um “extra” de seu patrão por não participar. Este fato faz com que os operários e a própria Maria chateados, mesmo a greve tendo sido vingada. 

Tião figura a parte da sociedade tem receio de ser reprimida, de perder o emprego por apoiar a greve e pensa somente em viver com estabilidade, o que é bastante contestado pelas demais personagens que creem que, unidos, a vida em conjunto pode melhorar significantemente. Black-Tie tem um caráter de reivindicação contra hegemonia cultural norte americana e expõe a situação sócia econômica da própria população brasileira. A peça foi sucesso e conseguiu inevitavelmente, com que os espectadores se sentissem retratados, já que parte da sua realidade estava ali.

A peça entrou em cartaz e passou em diversas cidades brasileiras e até na Alemanha.

O filme estreou em 1981, dirigido por Leon Hirszman.   



Cartaz do Filme- Poster del Film

Lo spettacolo “Loro non usano Black-Tie” è stato scritto da Gianfrancesco Guarniere e regista José Roberto. Messa in scena per la prima volta nel 1958, i critici l’hanno giudicata un marco nella drammaturgia nazionale brasiliana giacché secondo Delmiro Gonçalves erano “rarissime le volte [...] che si può parlare con entusiasmo e con speranza sulla miglioria del livello della nostra drammaturgia[...]”.

Lo spettacolo è diventato un punto di riferimento per il Cinema Nuovo in Brasile, movimento artistico che è stato influenzato dalle Nouvelle Vague in Francia e dal Neo-realismo italiano: entrambi avevano per scopo produrre arte a bassi costi però con contenuti migliori riguardo agli spettacoli/film convenzionali dell’epoca.

Gianfrancesco Guarnieri e Miriam Meheler em 'Eles não Usam Black-tie' (Foto: Cedoc). Gianfrancesco Guarnieri e Miriam Meheler in 'Loro non usano Black-tie' 

“Loro non usano Black-Tie” è stato qualcosa di innovativo in quel deccenio, perchè gli spettacoli avevano sempre come protagonisti la borghesia e la nobiltà e come scenario ambienti stravaganti. Black-Tie era proprio l’opposto. Una favela. I residenti. I lavoratori. Le divergenze tra tutti (o quasi tutti) i proletari e i patronati. Era parte della realtà brasiliana ritrattato nel teatro. Qualcosa  di sorprendente nuova.

La narrativa è segnalata attraverso il coflitto tra il padre, Otávio, leader degli scioperi, idealista, che insieme ai suoi compagni, crede che attraverso la lotta, ottengano un stipendio più giusto e Tião, figlio di Otávio, pensa che l’obiettivo del movimento è qualcosa utopica e desidera soltanto avere una stabilità economica a vivere con Maria (sua moglie) e suo figlio fuori della favela.

La vicenda accade nella favela dove gli operai vivono e fa che Romana sia anche conosciuta per la sua personalità forte, che sostiene il marito Otavio e sempre dà una risposta “acida” a tutti .

Il principale esito della storia è che Tião non vede lo sciopero come una soluzione per ”crescere nella vita” e decide di non partecipare dello sciopero e così guadagnare un bonus dal capo. Questo fa gli operari  anche Maria sconvolti, anche se lo sciopero è stato vendicato.

Tião figura isolata della società ha paura di essere represso, di perdere il lavoro per sostenere lo sciopero e pensa solo in vivere con stabilità il che è molto contestato dagli altri che credono che, insieme, la vita può migliorare significativamente. Black-Tie ha un carattere di  rivendicazione contro l'egemonia culturale nord americana e espone la situazione socio-economico della popolazione brasiliana. Lo spettacolo è stato successo e ha fatto gli spettatori sentirsi rappresentati, giacché parte della loro realtà era lì.

“Loro non usano Black-Tie” è stata in diverse città brasiliane e anche in Germania

Il film ha debuttato nel 1981 e regista per  Leon Hirszman.

Fonte de pesquisa/Fonti di ricerca:
http://cultura.estadao.com.br/blogs/luiz-zanin/neo-realismo-raizes-do-cinema-brasileiro/
Eles não usam Black-Tie/ Loro non usano Black-Tie. Guarniere,  Gianfrancesco.